A crise entre os dois vizinhos começou há quase duas semanas, quando 15 militares turcos foram assassinados por rebeldes curdos. O governo da Turquia atribui a autoria das mortes ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que tem livre trânsito no norte do Iraque. Por considerar o partido uma organização terrorista, Ancara encaminhou ao seu Parlamento uma moção que, se aprovada, autoriza incursões militares do outro lado da fronteira por, no mínimo, um ano.
Já às voltas com os problemas causados pela invasão dos Estados Unidos em 2003, a última coisa que o governo de Bagdá quer é ter lidar com novos incêndios, desta vez no norte do país.
Em declarações dadas à imprensa local, o premiê turco Tayyip Erdogan afirmou que pensa de forma parecida, e que, mesmo se aprovada, não pretende por em prática a ofensiva militar. "Eu sinceramente espero que essa moção não seja aplicada", afirmou Erdogan. Para que isso aconteça, porém, Ancara pede que Bagdá lide com os rebeldes com a máxima urgência possível. Caso lance a ação militar, a Turquia já prometeu que vai alvejar apenas os curdos, e que não tem intenção de tomar território iraquiano.
A proposta, criticada também pelo presidente americano, George Bush, será votada pelos congressistas turcos amanhã.