Kim Jong-il, longe de parecer intimidado, advertiu que ia dar continuidade ao seu programa nuclear. De facto, afirmou que o processo de enriquecimento de urânio está "em fase de experimentação" e que usará o plutônio que armazena para construir armas nucleares. Além disso, deixa um aviso à comunidade internacional: "responderá de forma militar" se os Estados Unidos e outros países realizarem um "bloqueio" de seus navios, qualquer bloqueio sendo considerado como um "acto de guerra".
A tensão sobre a Coreia do Norte cresceu muito desde o dia 5 de abril, quando o país disparou um foguete de longo alcance. Em seguida, em 25 de maio, o regime comunista realizou seu segundo teste nuclear e lançou vários mísseis de curto alcance, em desafio às advertências de países como EUA, Japão e Coreia do Sul.
Esse teste nuclear foi punido com a nova resolução da ONU que inclui sanções mais pesadas contra o regime comunista. O texto foi aprovado com o apoio da China, principal aliado da Coreia do Norte e que ontem, mediante seu porta-voz de Exteriores, o qualificou como uma mostra "da oposição comum da comunidade internacional ao teste nuclear da Coreia do Norte".
Os Governos de Japão e Coreia do Sul aplaudiram a nova resolução do Conselho de Segurança e se comprometeram a aplicá-la imediatamente.
Já "o Governo sul-coreano pede que a Corea do Norte aceite esta clara e decidida mensagem da comunidade internacional, para que desmantele totalmente seu programa nuclear e paralise toda a actividade relacionada a mísseis balísticos", disse o porta-voz do Ministério de Exteriores sul-coreano.
"Queremos que a Coreia do Norte leve a sério a clara mensagem da comunidade internacional na resolução", disse o primeiro-ministro japonês, Taro Aso. Segundo a agência local "Kyodo", o Governo japonês deve aprovar até o 16 de junho novas sanções unilaterais contra o país comunista, que incluiriam um veto total das importações e exportações. A decisão será sobretudo simbólica, já que as importações já estão proibidas com as sanções actualmente em vigor e que as exportações japonesas à Coreia do Norte quase não chegaram aos 5,8 milhões de euros em 2008.
No entanto, as resoluções da ONU não conseguiram acabar com as ambições nucleares do regime norte-coreano que, até agora, negava ter um programa de enriquecimento de urânio, como suspeitavam os EUA, mas admitia progressos para extrair plutónio, com vista a construir armas nucleares.