Ainda em Outubro, o Presidente dos EUA, George Bush, afirmava que um Irão armado de bombas nucleares poderia conduzir o mundo à Terceira Guerra Mundial. Há dois anos, um relatório americano afirmava que o Irão estava determinado a desenvolver armas nucleares.
As National Intelligence Estimates (NIEs) são produzidas pelo National Intelligence Council (Conselho Nacional de Informações) e expressam as avaliações coordenadas da comunidade de informações dos EUA, composta por 16 agências de informações. Trata-se de estimativas que representam o que os analistas de informações pensam que será o curso futuro dos acontecimentos.
O relatório sustenta, porém, que o Irão continua a adquirir competências técnicas que poderá usar no futuro para construir uma bomba atómica e que é "moderadamente" previsível que Teerão consiga enriquecer urânio em quantidade e concentração suficiente para produzir uma arma nuclear "no prazo de 2010 e 2015".
Esta nova estimativa da comunidade de informações americana é divulgada cinco anos depois de uma outra NIE ter concluído que o Iraque estava a desenvolver armas de destruição maciça, ajudando a abrir caminho para a invasão de Março de 2003.
A divulgação deste relatório surge numa altura em que Washington tenta convencer os seus aliados a reforçar as sanções já adoptadas contra o Irão, diante da recusa de Teerão a suspender o seu programa nuclear. Apesar do documento, a Casa Branca reafirmou a necessidade de "aumentar a pressão" sobre o Irão e George Bush excluiu qualquer alteração na sua orientação política relativamente a esse país.
Stephen Hadley, Conselheiro Nacional de Segurança do Presidente Bush, disse que o relatórioo trazia "boas notícias", porque mostra que o Irão é susceptível ás pressões, mas que o risco de adquirir armas nucleares "continua a ser um problema muito sério".