Nos próximos dias vai ser o tudo por tudo dos movimentos, pelo sim e pelo não, para convencer os Portugueses a votar para que não aconteça o mesmo que em 1998 em que a participação dos eleitores nem sequer chegou aos 50%. Na comunicação que fez ao país para anunciar a realização do referendo, o Presidente da República, Cavaco Silva, lancou o apelo para que a campanha seja uma oportunidade para que se realize um debate sério, informativo e esclarecedor para todos aqueles que irão ser chamados a decidir numa matéria tão sensível como esta.
O Partido socialista ao poder, o Partido comunista e o Bloco da esquerda chamaram a votar "sim" à despenalização. O Partido social-democrata, de centro direita, deixou a liberdade de voto aos seus membros. Só o pequeno partido de direita Centro democrático e social pronuncio-se contra. Mas o assunto do aborto, largamente tabu numa sociedade fortemente influenciada pela Igreja católica, excede as segmentações dos partidos e a luta contra a abstenção vai constituir o principal desafio da campanha, enquanto que o debate, muito presente na imprensa, nunca ganho realmente a rua. Durante os últimos meses, as sondagens mostraram um retrocesso dos partidários do "sim".